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sexta-feira, 21 de maio de 2010

V, a batalha final (?)



Faltando apenas 2 (ou seriam 3?) episódios pro final da primeira temporada da série "V" (grande estreia do canal Warner esse ano), todos os velhos caindo aos pedaços, com mais de 30 anos e boa memória (e eu já me incluo nessa lista ingrata!) já conseguem dizer se essa nova versão da série, originalmente exibida nos anos 80, é mesmo tão boa quanto a primeira.

É claro que eu sou suspeito pra falar, pois naquela época, entre um programa do Balão Mágico de um dia e o outro do dia seguinte, eu simplesmente não desgrudava os olhos da televisão (ainda sem controle remoto) quando chegava a hora dos "lagartos malvados vindos de outro planeta e disfarçados de pessoas legais" tomarem conta da sala (que durante toda a "década perdida" era o único cômodo lá de casa que tinha TV).

Na verdade, se a gente for comparar a série original com essa que tá passando agora no Warner (terças-feiras, às 22h), a primeira fica muito mais parecida com aquele seriado cafona do Perdidos no Espaço de mil novecentos e antigamente, do que com a segunda.

Pra começar, a versão original era de 1983, logo, mesmo os alienígenas vindos de uma galáxia distante não escapavam dos modismos horripilantes da época: todos eles eram adeptos do permanente no cabelo, da ombreira horrorosa e da maquiagem à la Vovó Mafalda. Em segundo lugar, os efeitos especiais precários pareciam acompanhar o nível das atuações (que tinham uma dramaticidade um pouco exagerada pro meu gosto, com um quê de novela americana como a infindável Days Of Our Lives, por exemplo).

Em todos esses sentidos, a série V nova supera com folga a antiga. Com seus efeitos especiais regados a cromaqui de primeira qualidade e atuações bem mais realistas, ao assistirmos a um episódio da série às vezes a gente tem a sensação de que está vendo um bom filme do Spielberg (só que com a profundidade existencial do Kubrick). É claro que alguns elementos da série antiga fazem falta pra um fã incondicional de V como eu (a roupa vermelha dos extraterrestres e os óculos escuros que eles usavam pra se proteger da luz solar davam um toque bem exótico e futurista pra história). Também a luz da série nova é um pouco sombria demais pro meu gosto. Acho que a série como um todo poderia ser um pouquinho mais colorida (e não tô reinvindicando a inserção de personagens gays e lésbicas não, me refiro à cor mesmo :P).

Por fim, só o fato da personagem principal (a diabólica Ana) ser interpretada pela brasileira Morena Baccarin já faz valer a pena sacrificar o Casseta e Planeta um diazinho só e sintonizar no Warner Channel.


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