HUM... TÁ BOM!

HUMOR, VENENO E CULTURA (QUASE INÚTIL) PRAS NOSSAS HORAS DE ÓCIO CRIATIVO

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Padre Fábio de Melo e a minha possível excomunhão



Bom, espero que esta postagem não crie uma polêmica muito grande (e é bem improvável que crie mesmo, afinal, tendo só 3 leitores assíduos, é bem capaz de ela nem chegar a ser comentada por ninguém), mas recentemente resolvi implicar com esse fenômeno da música brasileira chamado padre Fábio de Melo.

É verdade que a pessoa em si eu nem conheço e, portanto, não poderia sair por aí criticando a torto e a direito. Meu problema, como quase sempre, tem a ver com o escarcéu que se cria ao redor de alguém ou alguma coisa (e nesse caso específico calhou de ser um padre que, convenhamos, se fosse tão bonito quanto aquele velhinho gordinho e careca da paróquia aqui perto de casa, não teria nem a terça parte das fãs/fiéis que tem).

Confesso que não conheço nenhuma de suas músicas, nunca fui a uma missa sua e nem comprei nenhum dos seus CDs (são 12 no total!), mas assim que tomei conhecimento da existência do padre Fábio, logo me lembrei do sucesso apoteótico do padre Marcelo Rossi anos atrás e a comparação foi inevitável.

Formado em educação física, padre Marcelo transformava (e acho que ainda transforma) suas apresentações e liturgias em verdadeiras aulas de lambaeróbica, o que, de fato, parecia agradar em cheio o seu público e "preencher a carência de alegria das missas católicas", como muita gente andou defendendo na época.

Por outro lado, pelo pouco que sei dele, padre Fábio parece não ter a mesma irreverência de seu antecessor de discos de ouro e procura fazer uma linha menos "tira o pé do chão" e mais "olha nos meus olhos e esquece o que passou". Dessa forma, enquanto padre Marcelo Rossi atacaria de Joelma do Calypso, padre Fábio de Melo preferiria o estilo romântico e sedutor do Wando (e que Deus me perdoe por tanta heresia, mas tô mentindo?).

A essa altura, o único leitor católico que me restou deve estar se contorcendo na cadeira em frente ao micro e, entre um xingamento e outro, pode querer me perguntar algo do tipo: "E quanto as mensagens das músicas deles? Você acha que elas não são bonitas o suficiente pra garantir o sucesso merecido dos padres?". Minha resposta talvez desagrade ainda mais: "Hum... tá bom!".

Haja vista o enorme sucesso de músicas de axé que apresentam pouco mais do que o famoso "aê, aê, aê, aê, ê, ê, ê, ê, ôôôôô", tá mais do que provado que as letras e as mensagens que elas passam contam pouco pro sucesso de uma música. E como ritmo, melodia e voz são simples detalhes que hoje em dia são facilmente fabricados por músicos experientes e estúdios bem-equipados, o que acaba fazendo a diferença mesmo é a figura do intérprete, não tem jeito.

E para um público que, em sua grande maioria, é composto por senhoras de meia ou terceira idade, cujos maridos se parecem muito mais com o padre da paróquia aqui perto de casa do que com o Rodrigo Santoro, nada melhor do que um intérprete de 38 anos, moreno, alto, sobrancelhas feitas e um irresistível olhar 43 (aquele assim: meio de lado, já saindo, indo embora e... louco por você, princesa!).

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